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Respirar pela boca?
Respirar pela boca?

respirador bucal
A respiração bucal altera o crescimento e desenvolvimento normal da face e oclusão dos dentes, em função do desequilíbrio que ela provoca nas relações entre os sistemas: muscular, ósseo e dental.

Quando a boca é mantida constantemente aberta, os músculos responsáveis pelos movimentos verticais da mandíbula desempenham uma força sobre este osso, deslocando-o para trás no momento de inspirar o ar. Com o tempo, este mecanismo pode alterar a posição da mandíbula e dos dentes inferiores que assumem uma relação distal quando comparados com a oclusão normal. A língua não é mantida em contato com o palato devido à posição baixa da mandíbula e os dentes superiores ficam desprovidos de seu suporte muscular.

Ocorrem alterações no organismo:

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• Alterações na Região Oro-Naso-Faringeana:

As narinas perdem volume e elasticidade pelo desuso e a nasofaringe apresenta proliferação das adenóides devido à falta de ventilação.As fossas nasais são importantes na fisiologia respiratória, desempenhando funções de filtragem ou purificação, o aquecimento, a umidificação do ar inspirado e a olfação.

Na cavidade bucal há estreitamento do maxilar, devido ao estiramento da musculatura peri-bucal (a boca está sempre aberta para coletar ar), o palato ("céu" da boca) torna-se profundo e ogival, pois não existe a ação da língua e a pressão do ar nas narinas. As gengivas sangram com facilidade, por permanecerem expostas constantemente e há um acúmulo de placa bacteriana, devido ao excesso de muco aderido aos dentes.

O ar, ao entrar diretamente pela boca, sem a ação das narinas (que têm a função de filtrá-lo, aquecê-lo e umidificá-lo), é ingerido, isto mesmo, é “ingerido”, pois parte dele é deglutido e vai para o sistema digestivo. A outra parte consegue chegar aos pulmões, mas como chega “frio” e “sujo”, provoca complicações pulmonares e a hematose (processo de trocas gasosas que ocorre nos capilares sangüíneos dos alvéolos pulmonares) fica reduzida.   

A maxila e a mandíbula não se desenvolvem totalmente devido à musculatura estar estirada e a direção das exigências funcionais musculares estarem alteradas. Dessa forma, há um espaço menor para a erupção dentária.

No ouvido é freqüente a obstrução das Trompas de Eustáquio por secreção e falta de aeração das vias respiratórias, ocasionando alterações timpânicas. 

Alterações Posturais:

A criança, para conseguir respirar melhor, flete o pescoço para frente, na tentativa de corrigir o trajeto das vias respiratórias, para que o ar chegue mais rápido da boca aos pulmões.Ao fletir o pescoço para frente, toda a musculatura do pescoço e cintura escapular fica comprometida. Com esta posição anômala, a coluna cervical fica retificada, perdendo a sinuosidade natural. Num encadeamento, as omoplatas ficam elevadas e a região anterior do tórax fica deprimida.Com todo este comprometimento muscular, a criança passa a fazer uma respiração mais rápida e curta, criando uma deficiência de oxigenação. Neste processo, a ação do diafragma é pequena, levando-o ao relaxamento. O mesmo acontece com o músculo reto-abdominal, que associado a ingestão constante de ar, leva a criança respiradora bucal a ter uma “barriguinha”.

Com todo este comprometimento muscular, a postura dos braços e pernas também ficam comprometidas, pois, para equilibrar o corpo, que tende a ir para a frente e para baixo, ela cria compensações que afetam o equilíbrio geral.

Alterações Digestórias:

A criança alimenta-se mal e pouco, porque ao deglutir o bolo alimentar tem que competir com a respiração, que também é bucal. A absorção dos alimentos a nível intestinal é prejudicada pela ausência de celulose, que prejudica a saída do bolo fecal.

Alterações no traçado do Encefalograma:

O respirador bucal como já tem uma deficiência de ar no seu dia-a-dia, ao ser forçado a um exercício contínuo de hiperventilação o seu cérebro entra em alcalose (alcalose respiratória é uma situação em que o sangue é alcalino, quando a respiração rápida ou profunda tem como resultado uma baixa concentração de anidrido carbónico no sangue) muito rapidamente, originando um traçado inadequado, podendo apresentar pontas, que traduzem, à interpretação do profissional, uma doença que muitas vezes a criança não tem.

Assim, correção precoce da respiração bucal, antes dos seis anos de idade, pode levar a regressões espontâneas destas deformidades. Quanto mais tardio, maior a probabilidade de ter que associar tratamento ortodôntico e terapia fonoaudiológica.

 

      respiração natural